
No final de dezembro nenhuma região de Portugal apresentava situação de seca meteorológica, o que não se verificava desde novembro de 2018, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). No final de janeiro, 21 albufeiras, das 59 monitorizadas, tinham disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 14 apresentavam valores inferiores a 40%, segundo dados do Serviço Nacional de informação de Recursos Hídricos (SNIRH).
O último boletim climatológico do IPMA indica que terminou a situação de seca fraca que no final de novembro abrangia a região do Minho e Douro Litoral.
No final de dezembro, 50,4% do território estava em situação de chuva fraca, 49,1% normal e 0,5% em chuva moderada.
Além do índice de seca, o Boletim Climatológico indica que o mês de dezembro em Portugal continental classificou-se como frio em relação à temperatura do ar e normal quanto à precipitação.
O valor médio da temperatura média do ar (9,75 graus Celsius) foi inferior ao normal com uma anomalia de -0,21 graus. O mês de dezembro foi marcado por alguma variabilidade nos valores de temperatura sendo de destacar o período de 24 a 31 no qual os valores de temperatura mínima foram muito inferiores ao normal.
No que diz respeito à precipitação, o valor médio da quantidade em dezembro, 123,8 milímetros (mm), corresponde a 86 % do valor normal (1971-2000). O Boletim destaca o período de 09 a 20 de dezembro com a ocorrência de valores elevados de precipitação acumulada em 24 horas em quase todo o território, mas em especial na região noroeste (com valores diários > 90,0 mm).
No final do mês de dezembro, verificou-se um aumento generalizado no território dos valores de percentagem de água no solo com grande parte das regiões Norte e Centro com valores muito próximos ou mesmo iguais à capacidade de campo.
Os menores valores de percentagem de água no solo (< 60%) verificaram-se na região do Baixo Alentejo.
Quanto ao volume de água armazenado nas bacias hidrográficas, no último dia do mês de janeiro e comparativamente ao mês anterior, verificou-se um aumento do volume armazenado em seis bacias e descida em outras seis.
As bacias do Barlavento (33%) e do Sado (34,3%) eram as que apresentavam no final de janeiro menor disponibilidade de água, seguido de Mira (49,7%).
De acordo com os dados do SNIRH, as bacias do Ave (91,5%), Tejo (87,7%), Douro (84,9%), Cávado (83,9%), Lima (66,8%), Guadiana (65,9%), Mondego (62,2%) e Arade (57,8%) tinham os níveis mais altos de armazenamento no final de janeiro.
Os armazenamentos de janeiro de 2020 por bacia hidrográfica apresentaram-se superiores às médias de dezembro (1990/91 a 2018/19), com exceção para as bacias do Mondego, Ribeiras do Oeste, Sado, Guadiana, Mira e Ribeiras do Algarve.
Fonte: Lusa
14 de janeiro de 2021